Cultura e Arte no MIS 2021
- 20/03/2021

Novidades vão agitar o primeiro semestre
Tem literatura, tem música, tem grafite e tem até tecnologia 3D! Neste início de 2021, o MIS traz uma série de novidades. Logo no primeiro semestre, a sede do Museu da Imagem e do Som na Lapa vai reverenciar um dos maiores nomes do samba, membro da “Santíssima Trindade”, o revolucionário Pixinguinha, que vai ganhar um grafite à altura de seu nome, feito pelo grafiteiro Cazé na lateral do prédio, como parte do projeto “Negro Muro”.
Nosso acervo também vai ganhar atenção especial. A Coleção Paulo Tapajós, que traz preciosidades desse mestre do Rádio e da canção, vai passar por um processo de catalogação dos seus mais de 13 mil itens, entre partituras, fotografias, discos, fitas K7 e textos. Já a Coleção José Wilker será foco do projeto “Na cabeça do Zé”, que vai catalogar cerca de 7 mil títulos da biblioteca do consagrado ator falecido em 2014.
Também teremos como parceira a Nabuco Inc., responsável por criar exposições virtuais que levam a tela do usuário diversas preciosidades de diferentes instituições culturais. A proposta é disponibilizar para público raridades do acervo do MIS, em alta resolução e em 3 dimensões, promovendo uma verdadeira imersão nas raridades das nossas coleções, como o prato utilizado por João da Baiana.
Ancestralidade nos muros
Desde de 2018, a turma responsável pelo projeto ‘Negro Muro’ já espalhou diversos grafites pelo Estado do Rio, em painéis de 12 a 15 mts², reverenciando grandes nomes da cultura negra como Moacir Santos, Cartola, Mãe Beata de Iemanjá, Marielle Franco, e tem ainda mais trabalhos pela frente. Além do Pixinguinha, virão Elza Soares, João Candido e Clementina de Jesus. Todos sempre cuidadosamente escolhidos, incluindo o local, como explica o grafiteiro Cazé: “Queremos transparecer a ideia de monumento, trazendo visibilidade a esses personagens, partir da pesquisa histórica e iconográfica feita pelo produtor cultural Pedro Rajão”, explica, complementando: “Buscamos também muros nos locais que remetem a ancestralidade dessas personalidades”.
“Uma instalação, um muro de livros”
Iniciando o projeto “Na cabeça do Zé”, a primeira parte do Acervo José Wilker – recém chegado ao MIS – que será catalogada é a sua gigantesca biblioteca de 7 mil títulos. Segundo sua filha, Mariana Vielmond, a coleção é “múltipla” e “preserva a maneira do pai de pensar e ver o mundo”: “Vai ser uma surpresa catalogar os livros, existem títulos variados, com obras históricas, mas também muita coisa engraçada”. Além de um cômodo que abrigava a biblioteca, os livros também ficavam espalhados pela casa, como recorda Mariana, voltando no tempo: “Os livros que ele estava lendo ficavam do lado, então era uma instalação, um muro de livros”.
Uma nova luz na história do Rádio
Parceiro de longa data do MIS, a MUSEO Museologia e Museografia tem 15 anos de atuação na área e será a responsável pela catalogação do acervo do cantor, compositor e radialista Paulo Tapajós. A proposta é ressaltar a importância da trajetória artística e biográfica de Tapajós, como explica Mariana Santana, uma das responsáveis pela empreitada: “Nossa expectativa é poder contribuir para que o Museu cumpra as funções de salvaguarda e difusão dos acervos que abriga. Através do trabalho que iremos realizar, o acervo estará disponível para estudos e pesquisa.”
Museu para quem não pode ir ao Museu
Uma imersão virtual em alta resolução. Essa é a proposta da parceria do MIS com Nabuco Inc., que selecionou obras raras do nosso acervo para a exposição virtual, como a famoso prato imortalizado pelo sambista João da Baiana ou a tiara utilizada pela cantora Elizeth Cardoso: “O visitante do site poderá ver a peça em 4k e em 3 dimensões”. A proposta da empresa, como conta Michael Marques, surgiu durante as aulas da Faculdade de Arqueologia da UERJ: “Percebemos que havia um hiato, um espaço entre os acervos das instituições e o público, principalmente quem pega o trem, quem vem da Zona Oeste e não tem tanto acesso a esses espaços”.