Neste 5 de agosto de 2025, quando o Brasil relembra os 70 anos da morte de Carmen Miranda (1909–1955), a Fundação Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro destaca o papel fundamental da artista na cultura brasileira, e reafirma seu compromisso com a preservação dessa memória. A data ganha ainda mais simbolismo por acontecer no ano em que a F.MIS celebra seis décadas de existência, reafirmando sua vocação como guardiã de histórias e imagens que marcaram gerações.

“Carmen Miranda é uma das figuras mais emblemáticas da música e do cinema brasileiro, com uma projeção internacional que continua impressionando. Seu talento, carisma e estética singular transformaram sua imagem em um ícone eterno. Para a F.MIS, preservar esse legado é mais que uma missão, é uma forma de manter viva uma parte essencial da nossa identidade cultural”, afirma Cesar Miranda Ribeiro, presidente da Fundação.

No acervo da F.MIS, estão preservados mais de 910 itens relacionados à trajetória da Pequena Notável. Entre as preciosidades, destaca-se uma carta enviada por Carmen a seu grande amigo, o radialista Almirante, além do folder original com a programação do “Tiffany Theatre”, em Hollywood, promovendo o filme “The Gang’s All Here” (1943), que no Brasil ganhou o título de “Entre a Loura e a Morena”, estrelado por Carmen, Alice Faye, Benny Goodman e sua orquestra. O acervo conta ainda com discos, medalhas, registros raros e materiais de época que ajudam a contar a história da artista que conquistou o mundo sem jamais deixar de ser brasileira.

Carmen também foi a homenageada da primeira edição do projeto “Selo MIS”, lançado em novembro de 1965. Produzido pelo jornalista e musicólogo Ary Vasconcelos, o disco reuniu algumas das interpretações mais marcantes da cantora e teve sua cerimônia de lançamento prestigiada por Aurora Miranda, irmã da artista.

Mais recentemente, em 2021, a Fundação promoveu a exposição “O encanto e a beleza da querida Carmen Miranda”, com 40 aquarelas do artista peruano Alfonso Málaga Cuba. As obras destacavam a alegria, versatilidade e o brilho que marcaram a carreira da cantora, cuja imagem continua inspirando artistas e admiradores de diferentes gerações.

Símbolo de brasilidade, irreverência e talento, Carmen Miranda construiu uma carreira inigualável, atravessando fronteiras com sua música, sua presença de palco e sua personalidade vibrante. Canções como “O que é que a baiana tem?”, “Balancê”, “Ta-hi”, “Mamãe Eu Quero” e “Rebola a Bola” marcaram gerações e permanecem vivas no repertório afetivo do país. Com seu turbante colorido, suas sandálias plataforma e seu sotaque inconfundível, Carmen se tornou um dos maiores ícones culturais do Brasil, e permanece, 70 anos depois, como uma referência de autenticidade, criatividade e força feminina.

No ano em que completa 60 anos, a F.MIS convida o público a celebrar aqueles que fizeram e fazem da cultura brasileira um patrimônio inesquecível.

Publicado em 05/08/2025 por Marcelo Egypto