F.MIS celebra o Dia Mundial do Patrimônio Audiovisual reafirmando seu compromisso com a preservação da memória cultural brasileira
- 27/10/2025
Instituição referência na salvaguarda e difusão da imagem e do som, a Fundação Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro celebra, hoje (27/10), o Dia Mundial do Patrimônio Audiovisual, data instituída pela UNESCO para conscientizar sobre a importância de proteger e valorizar os registros sonoros e visuais que integram a memória coletiva da humanidade. No Rio de Janeiro, esse compromisso é parte essencial da missão da F.MIS, que há seis décadas atua na preservação de acervos que documentam a história da cultura, da arte e da comunicação no país.
“Preservar o patrimônio audiovisual é garantir que as futuras gerações possam compreender, através das imagens e dos sons, as transformações da nossa sociedade. A F.MIS tem trabalhado para ampliar o acesso ao acervo, investir em digitalização e fortalecer a presença do museu como referência nacional em memória audiovisual”, destaca o presidente da Fundação, Cesar Miranda Ribeiro.
Nos últimos anos, a instituição vem desenvolvendo uma série de iniciativas voltadas à valorização e modernização de seus acervos. Entre elas, estão a criação da Rádio MIS RJ, que desde 2021 difunde conteúdos sonoros do museu em uma programação digital baseada no seu acervo histórico, o projeto Vozes do Selo MIS, que resgata gravações emblemáticas da música brasileira, e a recente inauguração da primeira Fototeca Estadual do Rio de Janeiro, marco importante na preservação e no acesso público à memória fotográfica do estado.
Outro destaque é o projeto Depoimentos para a Posteridade, criado em 1966 e considerado um dos mais valiosos registros orais da história cultural brasileira. Nele, personalidades das artes, da política, da comunicação e de diversos campos da sociedade compartilham suas trajetórias em entrevistas audiovisuais que hoje compõem um acervo essencial para pesquisadores, estudantes e interessados na memória do país.
Entre as coleções de grande relevância sob a guarda da F.MIS, está a Coleção Jurandyr Noronha, composta por mais de 200 películas de filmes documentários e de ficção, cerca de quatro mil fotografias e diversos documentos textuais e bibliográficos. Jurandyr Passos Noronha foi cinegrafista, montador, roteirista e diretor, com trajetória que passou pelo Instituto Nacional de Cinema, pela Embrafilme e por produtoras independentes. A coleção, doada ao MIS em 1997, registra cenas marcantes do cotidiano carioca, como a Cinelândia em 1920, a Avenida Rio Branco, a Praia do Flamengo, Copacabana e o Carnaval de 1940, preservando um importante recorte visual da história do Rio de Janeiro.
Já a Coleção Salvyano Cavalcanti de Paiva reúne vasto material bibliográfico, iconográfico e textual sobre cinema. Jornalista e escritor, Salvyano iniciou sua carreira como crítico na revista ‘A Cena Muda’ e escreveu para veículos como O Globo, Correio da Manhã e Senhor. Fundador do Círculo de Estudos Cinematográficos e da Associação Brasileira de Cronistas Cinematográficos, publicou obras fundamentais sobre o tema, como “História dos filmes brasileiros” e “O gangster” no cinema. Sua coleção representa uma importante fonte de pesquisa sobre a crítica cinematográfica e a história do cinema nacional.
Além dessas ações e coleções, a F.MIS tem investido em projetos educativos e de difusão cultural, como a Academia MIS RJ de Cultura, e na realização de exposições e mostras que aproximam o público da história audiovisual brasileira, como “Chatô e os Diários Associados – 100 Anos de Paixão” e “Janete Clair 100 Anos – A Usineira de Sonhos”, ambas realizadas em 2025.
Com um acervo que reúne quase 1 milhão de itens, entre documentos sonoros, visuais, textuais, e outros, a Fundação reafirma seu papel como guardiã de uma das mais importantes coleções audiovisuais do país. Neste 27 de outubro, a F.MIS celebra não apenas o Dia Mundial do Patrimônio Audiovisual, mas também o compromisso contínuo com a preservação da memória e a difusão da cultura brasileira.
Publicado em 27/10/2025 por Marcelo Egypto
