F.MIS realiza o 1º Simpósio Temático “MIS Chama Para Sambar” e reúne especialistas, instituições e público em celebração ao samba

  • 12/12/2025

F.MIS realiza o 1º Simpósio Temático “MIS Chama Para Sambar” e reúne especialistas, instituições e público em celebração ao samba

Nos dias 9, 10 e 11 de dezembro, a Fundação Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro realizou o 1º Simpósio Temático – MIS Chama Para Sambar, encontro inédito dedicado ao samba e às culturas populares brasileiras, com atividades presenciais na sede da Praça XV e transmissão ao vivo pelo canal da F.MIS no YouTube. O evento reuniu pesquisadores, instituições culturais, escolas de samba, especialistas e público geral, fortalecendo diálogos sobre memória, território, identidade e as múltiplas narrativas que constroem o Brasil.

“Reunir vozes tão diversas em torno do samba é celebrar a força pulsante da nossa cultura. A F.MIS tem orgulho de promover um encontro que amplia olhares, fortalece memórias e reafirma o lugar do samba como uma das grandes narrativas do Brasil”, afirma o presidente da instituição, Cesar Miranda Ribeiro.

Ao longo dos três dias de atividades, o simpósio promoveu mesas de debate, palestras, exibição de filme, apresentações de pesquisas e encontros que trouxeram para o centro das discussões a importância do samba como patrimônio cultural, histórico e afetivo do país.

Uma das mesas mais celebradas foi “Museus: Agentes de memória do Samba”, reunindo o presidente Cesar, a gestora cultural e ex-presidente da F.MIS entre 2006 e 2007, Nilcemar Nogueira e o responsável pelo setor institucional da Fundação, Matheus Freire. Nilcemar revisitou sua trajetória na instituição, contou histórias sobre seus avós Cartola e Dona Zica e refletiu sobre o papel social da memória. Cesar abordou os desafios de dirigir um museu histórico e a introdução responsável e pioneira da inteligência artificial no ambiente museal, citando como exemplos, o 1° Depoimento para a Posteridade gravado pelo museu com um não humano, a IA generativa Orion Nova, um feito inédito no mundo, além de ser o primeiro museu no estado do Rio de Janeiro a criar um protocolo para a aplicação da IA no espaço museal. Matheus destacou a importância da coleta de histórias orais e da longa relação entre o samba e a F.MIS.

O simpósio também recebeu grandes estudiosos das culturas populares. O escritor e historiador Luiz Antônio Simas apresentou a palestra “As histórias que a história não conta: o samba-enredo nas brechas das narrativas oficiais”, enquanto a pesquisadora e ex-vice-presidente da F.MIS Rachel Valença discutiu “A influência do samba na formação da identidade carioca”. Ambas as atividades envolveram o público presencial e virtual em debates profundos e cheios de camadas.

A relação entre samba e território foi discutida na mesa “O papel das agremiações carnavalescas na preservação do samba”, que reuniu os departamentos culturais da Estação Primeira de Mangueira, representada por Rodrigo Reduzino e Renato Moço, e da Unidos de Vila Isabel, com Nathalia Sarro e Luiz Gaspar. Cada agremiação compartilhou práticas de pesquisa, memória e ação cultural, reafirmando o papel das escolas de samba como guardiãs da história e da identidade de seus bairros.

Outra atividade marcante do simpósio foi a exibição do documentário “O Samba do Desterro”, dirigido por Marcelo Gularte, que narra a história do samba na Zona Oeste do Rio e reúne depoimentos de artistas como Jorge Aragão, Leci Brandão, Tiãozinho Mocidade e Wilson Moreira. Após a exibição, Marcelo participou de um debate com Wanderso Luna e Paulo Henrique, comentando bastidores da produção e respondendo perguntas do público.

A programação institucional também teve grande destaque. Uma mesa composta pelo presidente Cesar, pela diretora técnica Úrsula Resende, pela pesquisadora cultural Sthefanye Paz, pelo responsável pelo setor Sonoro Carlos Filho e pelo responsável pelo setor Institucional Matheus Freire apresentou os bastidores do trabalho da Fundação. Cesar falou sobre a importância histórica do samba e o papel da F.MIS desde 1965 em preservar a cultura do país; Úrsula celebrou o simpósio como modelo para futuros projetos; Sthefanye compartilhou os desafios de organizar um evento dessa dimensão; Matheus destacou o movimento de reaproximação do museu com o samba; e Carlos celebrou a potência do encontro.

Durante os três dias, o simpósio também abriu espaço para o campo acadêmico, 19 pesquisadores apresentaram trabalhos que dialogam com o samba a partir de temas como diáspora, educação, identidade, resistência, religiosidade e até culinária, como na pesquisa “Cartografia Culinária do Samba”. As apresentações mostraram a vitalidade do samba como lente para compreender o Brasil.

Encerrando o evento, o presidente Cesar discursou para os participantes, agradecendo a presença de todos e ressaltando a importância do simpósio como marco da reaproximação entre a F.MIS e o samba, duas forças culturais que historicamente caminham juntas.

A realização do Simpósio Temático - MIS Chama Para Sambar reafirma a importância da F.MIS como agente ativo na preservação, pesquisa e difusão das culturas populares brasileiras. Ao reunir pesquisadores, artistas, mestres de tradição e o público em um mesmo espaço, o simpósio fortaleceu o samba como patrimônio cultural vivo, aprofundou debates essenciais sobre memória, identidade e território e ampliou o diálogo entre saberes acadêmicos e comunitários. Para a sociedade fluminense e para o Brasil, o encontro representou um marco simbólico e concreto, um passo decisivo na valorização das matrizes culturais que moldam nossa história, nossa arte e nossa maneira de estar no mundo.

Quem desejar assistir na íntegra aos três dias de atividades do MIS Chama Para Sambar pode acessar as gravações completas no canal oficial da F.MIS no YouTube, onde todo o conteúdo do simpósio, com aproximadamente 20 horas de programação, está disponível ao público, ampliando o alcance e a importância do evento para além da Praça XV.

Publicado em 12/12/2025 por Marcelo Egypto


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